domingo, 3 de maio de 2009

PROPAGANDA ENGANOSA PARA QUEM VÊ DO ALTO


As grandes mancadas que ninguém esquece. A história que reproduzo abaixo aconteceu com meu chapa Cláudio Carneiro, que conheci nos tempos da UFF e hoje trabalha na Fundação Getúlio Vargas. Copiou Cláudio? Então conta isso aí, companheiro, câmbioooo!
“Durante sete anos sobrevoei o Rio de Janeiro dando informações sobre o trânsito para as rádios JB FM, Cidade e FM O Dia. Era um trabalho prazeroso – a cidade é mais linda ainda vista de cima – e, ao mesmo tempo, muito engraçado. Eu não me limitava a falar somente de engarrafamentos, mas sobre tudo o que avistasse: a favelização crescente da cidade, o descaso da prefeitura, cenas do cotidiano,mulheres tomando banho de sol em coberturas e, até mesmo, certa vez, percebi e acompanhei um sequestro. Não havia rotina.
Numa daquelas manhãs, no ano de 1998, eu sobrevoava a rodovia Presidente Dutra. Na época, rolava a campanha política que elegeria Anthony (Deus me livre!) Garotinho, no Rio de Janeiro, e Mário (Deus o tenha!) Covas, em São Paulo. Observei na estrada, no sentido Rio, um outdoor com as cores azul e amarelo e o tipo de letra – característicos do PSDB – e a enorme inscrição COVAS.
Abri o microfone e comentei na rádio sobre o curioso cartaz de propaganda política no sentido Rio que eu consideraria mais adequado se estivesse no sentido São Paulo da rodovia – para onde os eleitores do Covas deveriam ir e votar.
Minutos depois, da redação, o colega Carlos Couto – o primeiro repórter aéreo do Rio de Janeiro, hoje dono de uma loja de sucos no Jardim Botânico – me chamou pelo rádio e explicou com seu jeito gozador:
– Claudio Carneiro, não é o candidato. Tem um cara na Baixada que está construindo um cemitério e está loteando covas para quem quiser comprar.
Resultado: no flash seguinte tive que explicar aos ouvintes o que ocorreu. Isso foi fácil. Difícil foi aturar a gozação dos locutores das rádios e até mesmo dos radioamadores...”.