A querida Lucila Soares, da sucursal carioca da Veja, lembra mais uma boa história do Globo:“Zélia Cardoso de Mello tinha acabado de ser “saída” do Ministério da Economia e recebeu uma carta de solidariedade de uma menina pequena, tipo 10 anos. A coisa foi divulgada com o maior estardalhaço. Zélia se deixou fotografar chorando, bem mulherzinha. E o Globo decidiu noticiar em grande estilo. Nesse tempo, a editoria de Economia do jornal era 99% feminina, e a chefia, 100%. Ao fechar a matéria, avaliamos que a carta era muito longa e repetitiva, e decidimos publicar apenas um trecho.
O diretor de redação era Evandro Carlos de Andrade, que ficou enfurecido. Com razão, aliás. Foi mesmo bobagem não publicar a íntegra da tal da carta. Mas o ECA sempre se superava no quesito esporro. E reagiu com um e-mail que era um primor de incorreção política. Nunca esqueci da introdução à descompostura enviada para o Merval Pereira, então editor-chefe do jornal, com cópia para a Sônia Rezende, editora de Economia:
Merval, as mulheres são boas em cálculos e pouco inteligentes. Por isso, nós lhes delegamos as compras da feira e as editorias de Economia.
Pano rápido”.
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