
Falando em ditadura e censura, o JB era alvo constante do mau humor dos militares. O velho Raul Ryff, ex-assessor de imprensa do presidente João Goulart, depois redator da Internacional do JB, era um dos mais visados. “De pé pelo Brasil!”, costumava dizer o bravo jornalista gaúcho, repetindo o slogan da Revolução de 1930. O Ryff de vez em quando desaparecia e a gente não sabia se estava preso ou se tinha ido ao Uruguai visitar o amigo Jango. De volta, sempre trazia alguma história bonita, dramática ou engraçada, sempre contada daquele jeito peculiar do povo dos Pampas, usando expressões hilárias.
Numa dessas, comentou que José Gomes Talarico, que também fazia as tais viagens a Montevidéu para levar e trazer recados do presidente deposto para seus aliados, tinha passado péssimos momentos. O DOPS teria obrigado o ex-deputado a ficar nu e um agente insinuou que Talarico poderia ter trazido alguma mensagem enfiada vocês sabem aonde. Ryff se escangalhava de rir contando o episódio: “O Talarico ficou muito sem graça, mas se recusou. Parecia um piá bosteado na beira do rancho”.
A ditadura não gostava de Alberto Dines e deve ter comemorado sua saída da direção do JB, em 1973. No lugar dele entrou o novo comandante, Walter Fontoura, vindo de São Paulo, e às vésperas de sua chegada o pessoal ficou meio cabisbaixo. Fontoura, seguramente, devia ser unha e carne com os gorilas. Era o que se dizia. E quase todos acreditaram nisso. Inclusive o Almeidinha, redator do Copy Desk e assessor de um general presidente de uma daquelas autarquias da época.
Logo que assumiu, ele foi dar as boas-vindas ao novo chefão, todo prosa. Mas caiu do cavalo. Minutos depois, Walter Fontoura foi de sala em sala (só a Reportagem Geral ocupava um espaço aberto, na época) conhecer e se fazer conhecido pelos repórteres, redatores, editores etc.
O grande momento foi no Copy Desk, onde se apresentou e deu uma notícia em primeira mão que quebrou imediatamente o clima ruim:
"Pessoal, acabo de saber tudo pelo Almeida. Ele já me contou quem são os comunistas da Redação! Agora vamos trabalhar".
Numa dessas, comentou que José Gomes Talarico, que também fazia as tais viagens a Montevidéu para levar e trazer recados do presidente deposto para seus aliados, tinha passado péssimos momentos. O DOPS teria obrigado o ex-deputado a ficar nu e um agente insinuou que Talarico poderia ter trazido alguma mensagem enfiada vocês sabem aonde. Ryff se escangalhava de rir contando o episódio: “O Talarico ficou muito sem graça, mas se recusou. Parecia um piá bosteado na beira do rancho”.
A ditadura não gostava de Alberto Dines e deve ter comemorado sua saída da direção do JB, em 1973. No lugar dele entrou o novo comandante, Walter Fontoura, vindo de São Paulo, e às vésperas de sua chegada o pessoal ficou meio cabisbaixo. Fontoura, seguramente, devia ser unha e carne com os gorilas. Era o que se dizia. E quase todos acreditaram nisso. Inclusive o Almeidinha, redator do Copy Desk e assessor de um general presidente de uma daquelas autarquias da época.
Logo que assumiu, ele foi dar as boas-vindas ao novo chefão, todo prosa. Mas caiu do cavalo. Minutos depois, Walter Fontoura foi de sala em sala (só a Reportagem Geral ocupava um espaço aberto, na época) conhecer e se fazer conhecido pelos repórteres, redatores, editores etc.
O grande momento foi no Copy Desk, onde se apresentou e deu uma notícia em primeira mão que quebrou imediatamente o clima ruim:
"Pessoal, acabo de saber tudo pelo Almeida. Ele já me contou quem são os comunistas da Redação! Agora vamos trabalhar".
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