
Os marqueteiros vibraram com a triplicação dos salários, uma vez que foram recontratados... pela coalizão adversária. Todos ganharam. Os financiadores de campanha repartiram o bolo. Os lobistas piraram. O dono de um instituto de pesquisa que havia previsto vitória folgada de um dos postulantes à Presidência da República foi agredido a socos e pontapés por um senador.
O impossível aconteceu: os presidentes do TSE, Joaquim Barbosa, e do STF, Gilmar Mendes, pela primeira vez, concordaram em alguma coisa: data vênia, não havia melhor solução do que aguardar o novo aviso das urnas.
Claro que houve discordâncias. Heloísa Helena, terceira colocada, teve sua posse defendida por Mão Santa, que ganhou as páginas amarelas da Veja. Os inimigos do voto eletrônico, o pedetista Osvaldo Maneschy à frente, denunciaram fraudes no sistema.
Antes do segundo turno, remarcado para o dia 23 de dezembro – os candidatos ganharam mais tempo para convencer o eleitor – muita coisa estranha aconteceu no Brasil e no mundo. Los Angeles devastada pelo terremoto, São Paulo na Segundona, o novo papa iraniano, o flagra do padre Marcelo e do bispo Macedo pedindo conselhos no terreiro do Alaketu... nem mesmo a substituição de Roberto Carlos por Roberto Justus no especial de fim de ano da Globo superou o assunto eleição como o mais lido na internet durante as longas semanas.
Até que o dia D chegou. Emissoras de rádio e televisão, jornais impressos e eletrônicos de todo o planeta vieram cobrir. A ONU e o governador Sérgio Cabral enviaram observadores. O estresse finalmente chegava ao fim. Milhões de brasileiros compareceram aos locais de votação e o índice de abstenção foi menor até do que na Albânia do falecido Enver Hoxha.
Na mesma noite, o novo empate técnico estava nos portais, blogs, twitters, orkuts e facebooks. Somente no dia seguinte, sexta-feira, véspera de Natal, saiu o novo resultado. Empate. Desta vez cravado.
62.341.274 votos para José Serra.
62.341.274 votos para Dilma Rousseff.
Nem mais, nem menos.
Com uma diferença: desta vez, ninguém reclamou. O resultado foi acatado.
Reunidos em um restaurante da Asa Sul, os maiores especialistas do mundo em governabilidade levaram a sério o plano B proposto pelo senador Heráclito Fortes, o companheiro infiltrado no DEM. E ele mesmo, o autor da idéia, foi escalado para dar a entrevista:
“É isso mesmo o que os senhores estão ouvindo. Fui informado agorinha mesmo que o PMDB caiu na clandestinidade. O PMDB e outros partidos da antiga base aliada do presidente... dos últimos presidentes que tivemos”.
“Mas, senador, não entendo uma coisa. Por que o senhor veio dar esta notícia? Desde ontem não localizamos ninguém do comando do PMD...”.
“Não localizaram porque eles já estão fazendo guerrilha”.
“Isso tem a ver com o anúncio da coligação PT-PSDB?”.
“O que o senhor acha da escolha do Malan para ministro da Fazenda e do Palocci para o Planejamento?”.
“...Artur Virgílio líder do governo no Senado e Arlindo Chinaglia líder na Câmara?”.
“... o senhor sabe o que o Michel Temer foi fazer na Venezuela?”.
“Não estou autorizado a falar mais nada. O que eu tinha a dizer, já disse. Agora, por favor, com licença que eu também vou à luta”.
Nos próximos capítulos, em algum ponto da blogosfera, leiam os "Diários da Guerrilha do PMDB".
“Não estou autorizado a falar mais nada. O que eu tinha a dizer, já disse. Agora, por favor, com licença que eu também vou à luta”.
Nos próximos capítulos, em algum ponto da blogosfera, leiam os "Diários da Guerrilha do PMDB".
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