sábado, 4 de abril de 2009

CALMA NO BRASIL QUE TEM PRÉ-SAL PRA TODO MUNDO


A recessão jogou para o futuro – tomara que não para as calendas gregas – megaprojetos pelo mundo afora. Aqui, quando se fala em programas grandiosos, a gente lembra de cara do pré-sal, mas a Petrobras garante que não houve adiamento algum. Pelo contrário, pretende investir muito mais para explorar, com novas tecnologias, o marzão de petróleo debaixo dos caracóis dos cabelos de Netuno. Redimensionado, hoje o plano seria 55% maior do que o projetado em 2008, antes da crise iniciada com o calote dos americanos no sistema habitacional lá deles.
Há anos, o bochincho que corria entre geólogos da Petrobras era de que havia outra Bacia de Campos embaixo da própria Bacia de Campos. Hoje, com desaceleração e tudo, e o governo recorrendo ainda mais à Petrobras para segurar o orçamento doméstico, o otimismo é ainda maior, pois dizem que o pré-sal se estende do litoral capixaba ao paulista, pegando não só a de Campos, mas outras duas Bacias – Espírito Santo e Santos.
Já os projetos de outros cachorros grandes da economia, como a Vale e a Embraer, tiveram que ser brecados, por terem sido mais afetados do que a Petrobras, em razão do encolhimento das encomendas externas. Houve cortes de despesas, inclusive com pessoal, e uma puta freada nos investimentos. A Vale, por exemplo, tem um projeto que é de encher os olhos de qualquer um. Ou passou batida por você a matéria publicada no dia 24/11/2008 pela revista Época, sob o título "Tesouro Amazônico"?
Enquanto o pré-sal da Petrobras virou assunto até em mesa de botequim, nunca ouvi comentários sobre esse projetão da outra empresona criada pelo doutor Getúlio. O que saiu na revista, naquela edição, sob a forma de informe publicitário (matéria paga), foi o primeiro anúncio da descoberta de uma nova fronteira mineral. Estudos preliminares indicariam a presença de pelo menos 17 variedades de minérios – entre os quais, ferro, níquel, carvão, estanho, cobre e até mesmo ouro e diamante – na plataforma continental brasileira e na foz de vários rios.
A coisa começou com a retomada de um projeto de levantamento geológico feito pela Marinha nos anos 70 e descobriu-se que, numa área gigantesca da plataforma, está enterrado um tesouro da magnitude do Pré-Sal, só que de minérios.
Dizem os economistas mais otimistas que, quando passar a crise, vamos ficar em situação muito melhor do que antes. Benza Deus! Mas ainda não é hora de gastar por conta, ô mané!
No gramofone virtual, Riquezas do Brasil, ou Brasil Poderoso, dos mestres Candeia e Valdir 59, samba-enredo da Portela em 1956.

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