
O que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil pensa do aborto de Mônica Serra, nos tempos da ditadura? Eu acho que ela fez o que achou melhor e ponto. Isso não tem nada a ver com campanha eleitoral.
No entanto, a pergunta tem tudo para mergulhar em profunda reflexão o episcopado brasileiro, notadamente o da Regional Sul 1 da CNBB, sobretudo depois da divulgação da Declaração de Aparecida em Defesa da Vida e, particularmente, depois da disseminação em paróquias de todo o país de panfletos e sermões nas missas de domingo condenando o voto dos católicos em Dilma Rousseff, que nem nos interrogatórios que sofreu durante a ditadura foi acusada de fazer aborto.
A Folha de S. Paulo publicou, com exclusividade, e o jornal carioca O Dia repicou o desabafo de uma ex-aluna de Mônica Serra, escandalizada com as declarações da mulher do candidato tucano à Presidência da República, condenando a descriminalização do aborto e acusando Dilma Rousseff de – que nível! – ser favorável a “matar criancinhas”. Mônica Serra, segundo contou a ex-aluna, disse ter feito aborto aos quatro meses de gravidez. Disse para ela e para outras pessoas, que já confirmaram a história.
A pergunta também vale para as lideranças evangélicas que, da mesma forma, pisotearam o conceito do Estado laico definido pela Constituição.
Mas existem outras questões pré-eleitorais mais graves. A revista IstoÉ, em sua matéria de capa desta semana, que toma as páginas 38 a 44, levanta em detalhes o escândalo envolvendo o ex-diretor da estatal Dersa, engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, acusado pelo próprio PSDB de gatunar R$ 4 milhões da campanha tucana.
Serra de nada sabia. Foi o que disse, quando o indagaram a respeito pela primeira vez:
“Não sei quem é Paulo Preto. Nunca ouvi falar dele”, disse o candidato na segunda-feira, 11 de outubro.
Na terça, 12, o próprio Paulo Preto reagiu, em entrevista à Folha: “Ele (Serra) me conhece muito bem. Não se larga um líder ferido na estrada, a troco de nada. Não cometam esse erro”.
Reação, diga-se, com cheiro de ameaça.
No mesmo dia 12, à tarde, José Serra se corrigiu: “Evidente que eu sabia do trabalho de Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente”.
Competente ou “incontrolável”? Incontrolável foi o adjetivo usado pelo então vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, quando soube das acusações ao principal tocador de obras do governo Serra. E todos sabiam dessas acusações, entre eles – está na mesma revista – o tesoureiro-adjunto e ex-secretário-geral do PSDB paulista Evandro Losacco.
“Todo mundo já sabia disso há muito tempo. Mas só faz isso (referindo-se às maracutaias atribuídas a Paulo Preto) quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder, infelizmente, ele tinha”, contou Losacco.
Goldman, logo que assumiu o governo interinamente, com a saída de Serra para disputar a Presidência, imediatamente exonerou Paulo Preto, que, aliás, de acordo com a IstoÉ, teve seu patrimônio pessoal vertiginosamente turbinado em apenas dois anos à frente da estatal.
No entanto, a pergunta tem tudo para mergulhar em profunda reflexão o episcopado brasileiro, notadamente o da Regional Sul 1 da CNBB, sobretudo depois da divulgação da Declaração de Aparecida em Defesa da Vida e, particularmente, depois da disseminação em paróquias de todo o país de panfletos e sermões nas missas de domingo condenando o voto dos católicos em Dilma Rousseff, que nem nos interrogatórios que sofreu durante a ditadura foi acusada de fazer aborto.
A Folha de S. Paulo publicou, com exclusividade, e o jornal carioca O Dia repicou o desabafo de uma ex-aluna de Mônica Serra, escandalizada com as declarações da mulher do candidato tucano à Presidência da República, condenando a descriminalização do aborto e acusando Dilma Rousseff de – que nível! – ser favorável a “matar criancinhas”. Mônica Serra, segundo contou a ex-aluna, disse ter feito aborto aos quatro meses de gravidez. Disse para ela e para outras pessoas, que já confirmaram a história.
A pergunta também vale para as lideranças evangélicas que, da mesma forma, pisotearam o conceito do Estado laico definido pela Constituição.
Mas existem outras questões pré-eleitorais mais graves. A revista IstoÉ, em sua matéria de capa desta semana, que toma as páginas 38 a 44, levanta em detalhes o escândalo envolvendo o ex-diretor da estatal Dersa, engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, acusado pelo próprio PSDB de gatunar R$ 4 milhões da campanha tucana.
Serra de nada sabia. Foi o que disse, quando o indagaram a respeito pela primeira vez:
“Não sei quem é Paulo Preto. Nunca ouvi falar dele”, disse o candidato na segunda-feira, 11 de outubro.
Na terça, 12, o próprio Paulo Preto reagiu, em entrevista à Folha: “Ele (Serra) me conhece muito bem. Não se larga um líder ferido na estrada, a troco de nada. Não cometam esse erro”.
Reação, diga-se, com cheiro de ameaça.
No mesmo dia 12, à tarde, José Serra se corrigiu: “Evidente que eu sabia do trabalho de Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente”.
Competente ou “incontrolável”? Incontrolável foi o adjetivo usado pelo então vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, quando soube das acusações ao principal tocador de obras do governo Serra. E todos sabiam dessas acusações, entre eles – está na mesma revista – o tesoureiro-adjunto e ex-secretário-geral do PSDB paulista Evandro Losacco.
“Todo mundo já sabia disso há muito tempo. Mas só faz isso (referindo-se às maracutaias atribuídas a Paulo Preto) quem tem poder de interferir em alguma coisa. Poder, infelizmente, ele tinha”, contou Losacco.
Goldman, logo que assumiu o governo interinamente, com a saída de Serra para disputar a Presidência, imediatamente exonerou Paulo Preto, que, aliás, de acordo com a IstoÉ, teve seu patrimônio pessoal vertiginosamente turbinado em apenas dois anos à frente da estatal.
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Um comentário:
O furo foi do Correio do Brasil. A Folha foi atrás uns dois dias depois.
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