
José Serra é meu candidato do PSDB à Presidência da República.
Dilma Rousseff é minha candidata do PT ao mesmo cargo.
São dois pianos de cauda alemães e vou escolher um deles exatamente por este motivo. São - na verdade, eram, pois estão melhorando nesse quesito - difíceis de carregar, duas caras sérias, fazem o tipo gerentão que acho que é o que o país anda precisando.
Gosto mais da Dilma do que do Lula.
E gosto mais do Serra do que do Fernando Henrique.
Lula, antes de virar o Cara, entrou para a política porque o irmão mais velho dele, Frei Chico, o chamou para a militância sindical em São Bernardo do Campo. Ou seja, entrou para defender os interesses dele e de sua categoria profissional.
Dilma entrou para a política como guerreira, de peito aberto, para lutar e, talvez, morrer por um ideal.
Fernando Henrique, antes de se tornar o Príncipe, colocou sua sociologia como mais um lastro do pensamento de esquerda e de oposição que se contrapôs à doutrina da segurança nacional, à ideologia militar dominante. Depois disse para esquecerem o que havia escrito.
Serra, ex-presidente da UNE, mesmo não tendo corrido para pegar em armas, jamais deixou de dar palpites que sempre o colocaram à esquerda, não só de Fernando Henrique, mas também de seu ministro da Fazenda, Pedro Malan. Minha impressão é que vivia brigando com ambos, presidente e ministro.
Hoje, lendo O Globo, vi que meu candidato do PSDB brilhou, com seu artigo sobre os 15 anos do Plano Real.
Eu já gostava do Serra antes disso. Passei a gostar mais ainda. Só não sabia que ele também tinha sido Pai do Real. Ou um deles porque pai, a gente sabe (e o Michael Jackson estava aí até outro dia pra provar), nem sempre é o que faz, mas aquele que cria, que sustenta.
Pelo andar da carruagem, o Real vai acabar que nem o PT. Até um dia desses, quando o PT ainda era um partido meio de esquerda, o que tinha mais no Brasil era fundador do PT.
Hoje, pelo visto, a história se repete com o Real.
Espero que não apareça nenhuma petista no horário eleitoral gratuito para dizer que também é mãe do PAC, senão minha cabeça vai a mil.
Já basta o Real ter tantos pais. O PAC, por enquanto, nem pai tem. Só tem mãe, e mãe só existe uma, né mesmo?
Aguardo o desenrolar da pré-campanha e, depois, da campanha eleitoral propriamente dita, para escolher o piano de cauda alemão mais afinado.
No piano da caixinha de surpresas musicais, o grande Cristóvão Bastos "Mistura e Manda" o chorinho de mesmo título, de autoria de Nelson Alves.
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