sábado, 7 de março de 2009

DE ROSA A DORALICE


Mais de 50 anos depois que a costureira negra norte-americana Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar num ônibus a um passageiro branco, a empregada doméstica negra brasileira Doralice Muniz Barreto (a de cima, chorando), precisou tirar a blusa para entrar numa agência do Banco do Brasil em Jundiaí (SP). O gesto de Rosa Parks (a de baixo, no ônibus) causou tumulto em Montgomery, no Alabama, e virou símbolo do movimento pelos direitos civis nos EUA, que, aliás, hoje têm um negro como presidente.
A atitude de Doralice Muniz Barreto não vai dar em nada. Quando tentava ponderar com o segurança, sem poder entrar na cabine, ouviu dele que o gerente estava ocupado e não poderia atendê-la. Quando ameaçou tirar a blusa para provar que não escondia nenhuma metralhadora búlgara debaixo do sutiã, o guarda boçal fez pouco dela: “Problema seu”. Os outros funcionários, os gerentes, os clientes... ninguém se moveu. Pior: algum diretor ou marqueteiro imbecil do Banco do Brasil ainda liberou a divulgação de uma nota justificando a atitude do segurança e da gerência.
É o mesmo banco que, em sua propaganda pela TV, diz que pertence a todos os brasileiros.

2 comentários:

Olga de Mello disse...

Hoje foi um homem no Itaú que teve de tirar a roupa.
Neguinho ainda vai enfartar por causa dessas portas nojentas!

Bia Alves disse...

Qdo acontece da porta travar para mim, mesmo eu já tendo colocado tudo pela portinhola, eu digo ao guarda: "to com uma metralhadora enfiada no rabo. Quer que tire agora ou pode ser depois?"

Ponto.

Bia Alves.